domingo, 28 de agosto de 2011

A parábola da águia.



Não me esqueço nunca que em minhas visitas a um velho amigo, ele sempre me passava algo que tivesse a ver com o nosso trabalho e com a nossa vida. Eram horas e horas sentados na varanda jogando conversa fora. Ele, com toda a bagagem que tinha falava dessa forma e sempre me olhava como que procurando um olhar de entendimento e se divertia com meu pouco tato para esse tipo de assunto.
Essa é apenas uma das várias histórias que ele me contava.
As águias em geral constroem seus ninhos em pontos altos e de difícil acesso, isso por dois motivos. O primeiro é para evitar predadores no ninho enquanto estão fora. O que funciona bem, já que é em desfiladeiros e cumes de montanhas que os fazem. O segundo você vai entender qual é lendo o que vem a seguir.

Uma águia, talvez a americana, invariavelmente cria seus filhotes por cerca de um ano. O casal na época de chocar os ovos se reveza na tarefa. Após os filhotes nascerem nunca um dos dois abandona o ninho. Como é um ponto íngreme e a queda é enorme, melhor não facilitar.

Durante o período de crescimento os filhotes comem muito. E o trabalho dos pais é dobrado, já que esses crescem numa velocidade alarmante. Haja caça pra esses bichos! Mas de forma alguma os pais deixam os filhotes tentarem algo sobre o vôo. No máximo um passeio em volta do ninho. Isso se estende por vários meses.

Quando as penugens dão lugar as penas, essas fortes e rijas para sustentar o vôo. Os pais, já de saco cheio dos bichinhos já lhes deixam ensaiar algumas batidas de asas. Mas o trabalho da alimentação continua. E como!

Quanto do ciclo de crescimento chega ao estágio de briga no ninho, onde os filhotes já se estapeiam por comida, a coisa começa a mudar de figura. Os pais passam a empurrar os filhotes para o aprendizado e ensinam como alçar o vôo. Mas ainda não um vôo completo. Apenas ensaio.

Bem, um belo dia um dos dois progenitores chega, da uma olhada naquele marmanjo folgado sentando com o rabo no ninho esperando a hora do grude. Ele olha, olha de novo, mira o abismo e chega a hora da lição dessa historia. O ‘papai’ simplesmente da um belo bico no rabo do filhinho! Esse cai do ninho para o precipício. Aí ele só tem duas opções. Ou bater as asas, voar sozinho e ganhar os céus ou se arrebentar no fim do abismo.
Pode se dizer que o desespero faz horrores nessas horas. Dificilmente ele não consegue. E desse momento em diante, não volta mais ao ninho. 
Dá certo em 99,9% dos casos. Funciona que é uma beleza.

"Sempre chega um momento que temos de nos virar por nós mesmos"

Pr. Robério Lyra Th.D
Ministro do Evangelho
Jornalista Mtb.53.839/SP 

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