COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE
Textos: I Cr. 29.12 – I Cr. 29.10-18.
INTRODUÇÃO: O mercado livreiro está repleto de dicas a respeito
de como alcançar sucesso financeiro. Os autores desses best-sellers estão cada
vez mais ricos, mas os seus leitores continuam pobres, mesmo depois que leem
seus livros. As igrejas estão na rota desse pensamento contemporâneo, alguns
líderes eclesiásticos estão se tornando consultores para o enriquecimento em
dez dias. Neste estudo , na contramão dessa perspectiva, mostraremos que a
verdadeira prosperidade nada tem a ver com o que apregoam os adeptos da
Teologia da Ganância, em seguida, destacaremos os fundamentos bíblicos para se
alcançar a verdadeira prosperidade.
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1. A BUSCA DO HOMEM PELA PROSPERIDADE
FINANCEIRA: O homem moderno é produto da
sociedade capitalista e tecnológica que o conduz ao consumismo. Nesse contexto,
o ter acabou se tornando mais importante do que o ser, de modo que as pessoas
são avaliadas não pelo que são, mas pelo que têm, e, às vezes, não pelo que
possuem, mas pelo que aparentam que possuem. A propaganda é o meio que divulga
os ideais consumistas, as pessoas são incitadas, a todo instante, a adquirem
mercadorias que não precisam para satisfazerem não a si próprias, mas às
exigências dos outros. Como resultando dessa lógica, muitos estão entrando pelo
caminho do endividamento, indo além das suas capacidades de pagamento. O meio
ambiente também está padecendo, tendo em vista que o mercado está
disponibilizando cada vez mais produtos descartáveis, os quais, quando não são
reciclados, demandam maior necessidade de matéria-prima, e, por sua vez,
comprometem a saúde do planeta. A lógica consumista está moldando as atitudes
do homem moderno de tal modo que o ser humano finda sendo reduzido à quantidade
de quinquilharias que consegue acumular. A ética capitalista, tem fundo
religioso, e mais especificamente, protestante. Ao invés de investirem no Reino
de Deus, e mais especificamente, nos outros, os fiéis transformam o acúmulo em
um fim em si mesmo, em alguns casos, como vemos nos dias atuais,
sacramentalizam a riqueza e transformam a ostentação em benção divina. A
Teologia da Ganância impera de tal modo em algumas igrejas que seus fiéis não
buscam mais estar em conformidade com a vontade de Deus, mas a acumularem um
patrimônio a respeito do qual possam se gloriar.
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2. A PROSPERIDADE FINANCEIRA NA VISÃO
NEOTESTAMENTÁRIA: Uma
leitura cuidadosa dos evangelhos e das epístolas do Novo Testamento nos
mostrará que essa lógica nada tem de bíblica. A economia de Deus está distante
daquilo que nos é apresentado pelos teólogos da ganância nos canais de
televisão. O apóstolo Paulo afirma que quem deseja obter riqueza cai em “muitos
desejos descontrolados e nocivos” (I Tm. 6.9,10). Conforme destacou o Senhor
Jesus, ser rico pode se tornar um empecilho para segui-LO, tendo em vista que é
mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no
Reino de Deus, o que espantou Seus discípulos, os quais, ao que tudo indica,
pensavam de acordo com a teologia da benção material (Mt. 19.24,25). Os pobres,
ao contrário do que acreditavam Seus discípulos, e os adeptos da famigerada
Teologia da Ganância, são objeto do interesse divino (Mt. 5.1-12). Enquanto
muitos, nestes tempos, buscam confiança nas riquezas, e tantos outros, fazem
tudo para tê-las, utilizando até de meios escusos, Jesus chama a atenção para o
“engano das riquezas” (Mt. 13.22). Aqueles que somente querem a prosperidade
financeira deveriam ler mais os evangelhos, pois Jesus é categórico ao reprovar
o acúmulo de tesouros na terra (Mt. 6.19-21). O interesse do Senhor é que
acumulemos tesouros no céu (Mt. 6.10), e que coloquemos em primeiro lugar o
Reino de Deus e a sua justiça (Mt. 6.33). Os adeptos da teologia da ganância
buscam aproximação com os ricos, justamente o contrário de Jesus que se
aproximava dos pobres (Lc. 1.51-53; 14.12-14). Até mesmo a corrupção tem sido
naturalizada em determinados arraiais, contrariando o ensinamento de Jesus,
especialmente no que tange à coisa pública (Lc. 3.11-14). Zaqueu é um exemplo
de alguém que lidava indevidamente com os bens públicos, mas que ao ouvir o
evangelho de Jesus, decidiu mudar seu modo de vida (Lc. 19.8,9). A riqueza é
perigosa porque o seu poder está relacionado a uma divindade, Mamom, que é
rival de Deus (Mt. 16.33), aqueles que adoram a esse deus são chamados por
Jesus de insensatos (Lc. 12.16-21). As palavras de Paulo, ao jovem pastor
Timóteo, servem de alerta a todos os cristãos, em especial à liderança: “os que
querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos
descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na
destruição” (I Tm. 6.9), por isso, o líder da igreja não deve ser “apegado ao
dinheiro” (I Tm. 3.3) e os diáconos não podem ser amigos de “lucros desonestos”
(I Tm. 3.8).
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3. O CAMINHO PARA A VERDADEIRA
PROSPERIDADE: O caminho para a verdadeira
prosperidade se encontra, entre muitas passagens bíblicas, na igreja de
Jerusalém. Aquela sim era uma igreja próspera, pois mesmo não sendo normativo,
os crentes demonstravam sensibilidade para as necessidades dos mais carentes.
Lucas registra que “os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.
Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua
necessidade” (At. 2.44,45). Ao invés de viverem apregoando a prosperidade
financeira, buscavam a comunhão uns com os outros, se “dedicavam ao ensino dos
apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (At. 2.42), a lógica do
acúmulo não era central naquela comunidade, pois exercitavam a generosidade
espontânea (At. 4.36,37). A comunhão era o valor fundamental, pois “ninguém
considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo
o que tinha” (At. 4.31,32). Esse modelo, conforme destacamos anteriormente, não
deve ser imposto sobre quem quer seja, os membros da igreja, conforme
depreendemos de (At. 5.1-5), tinha liberdade, isto é, opção de ficarem com seus
recursos, ninguém era obrigado a entregar tudo o que tinha. O princípio, no
entanto, permanece, a generosidade deva ser cultivada na igreja e a preocupação
com as necessidades do irmão. Ser verdadeiramente próspero, nesse sentido, não
significa acumular mais, antes ter mais para contribuir para o Reino de Deus. A
condição financeira das pessoas nas igrejas é um assunto por demais complexo, e
que não pode ser simplificado, sob o risco de cairmos no simplismo. As
condições sociais e as oportunidades que as pessoas tiveram ao longo da sua
existência não podem ser desconsideradas. É preciso estar ciente de que vivemos
em um mundo injusto, distanciado da graça de Deus, as pessoas não têm igualdade
de oportunidades. Os ricos conseguem ficar cada vez mais ricos e os pobres cada
vez mais pobres. A educação tem sido um instrumento para a ascensão social, mas
não podemos deixar de atentar para o fato de quem nem todos têm oportunidade à
educação de qualidade e ao emprego.
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CONCLUSÃO: Diante dessa realidade, precisamos reconhecer que a
economia de Deus vai em direção oposta àquela apregoada pelo mundo. Na economia
de Deus não vale mais o que mais acumula, mas o que mais se desprende. Na
economia de Deus o investimento maior não é no material, mas no celestial, onde
o ladrão não rouba nem a traça corrói. Aqueles que, com seu trabalho honesto, e
muito estudo, conseguiram uma condição mais abastarda, lembre-se daquele que
nada têm, e da recomendação bíblica: “a quem muito foi dado, muito será
cobrado” (Lc. 12.48). PENSE NISSO!
FATEB.
Pr. Robério Lyra Ph.D
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